Bonecas: Uma parte da alma criadora
Uma boneca sempre terá uma parte da alma de quem a criou. E também uma parte da emoção usada no processo criativo.
Elas conseguem reunir e formar uma resultante única de várias facetas do processo de nascimento e desenvolvimento.
Cada uma dessas bonecas articuladas, que nascem sem uma fôrma pré-estabelecida, trazem ainda a individualidade única proporcionada pela liberdade criativa.
E se tornam personagens das histórias contadas pela artista.
A idéia ou a necessidade precede a criação da boneca como a um pequeno ser que vem ao mundo através de seu criador, mas pertence a um universo maior e mais complexo.
Assim, a criadora é apenas o meio por onde a idéia primordial se manifesta. E essa idéia é trabalhada de modo a permitir que o arquétipo seja a base semântica na concepção da boneca.
Ela vai conter um pequeno Eu que é parte do Eu imediatamente superior. A sua origem e significado estão acima de ambos, mas os influenciam de forma independente.
Criar bonecas é um exercício modulador de uma criatividade que transborda entre mundos, pois permite usar vários talentos de uma só vez.
A boneca representa o princípio feminino da criação, onde estão contidas todas as árduas etapas do trabalho criativo.
O princípio feminino é a representação do desenvolvimento concreto da idéia, do trabalho duro que corresponde à nutrição, modelagem, execução e conclusão de um projeto, a mediação entre o princípio criativo e a criação.
A boneca representa o princípio feminino da criação, onde estão contidas todas as árduas etapas do trabalho criativo.
Portanto, o que quer que esteja representado neste pequeno ser aparentemente sem vida, atravessou ao menos duas ou mais dimensões para chegar ao mundo concreto, e possui um forte poder de representação.
Por ser um reflexo de um ser existente, a boneca dá a oportunidade de olhar de fora para si mesmo, e obter um vislumbre do conteúdo das mensagens enviadas a nós pela energia criativa primordial.